Efemeridades da velhice II

 Ser velho...


É não saber-se no tempo e no espaço.

É lucidez que vez ou outra visita a mente.


É sentir, a cada dia, a fragilidade da condição humana e, ao mesmo tempo, fingir-se forte para encará-la.


É o medo insano da solidão que se entrelaça ao medo infantil do abandono.

É ter coragem de admiti-los.

É um esforço diário para provar que ainda se tem algum controle sobre a vida.

É sentir a dor e alegria de ser quem se é e, indubitavelmente, quem se foi.

É a necessidade de evocar lembranças para dar sentido aos dias que lhe resta.

É contar, recontar e inventar histórias na tentativa de ressignificar o presente. 

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